Editorial

Houve ou não houve tentativa de golpe?

Tentativa organizada de golpe de estado ou apenas um bando de desordeiros? essa é a dúvida que ronda o Brasil desde o 08 de janeiro de 2023.

São quase 2 anos de inquérito sigiloso, milhares de pessoas presas, outros impedidos de se comunicar entre si, outros impedidos de deixar o país, e outros que fugiram e conseguiram asilo político nos USA, do outro lado um presidente que flerta com ditadores socialistas e uma suprema corte que parece interpretar a Constituição Federal por critérios mais políticos e ideológicos que jurídicos de fato.

Esse é o cenário político atual do Brasil, atualmente é comum ver na TV, ministros do STF usando narrativas políticas para justificar suas decisões, porém, a pergunta é: houve realmente uma tentativa de golpe?

Para responder a esta pergunta primeiro temos que entender o que aconteceu desde o início, vale lembrar que por se tratar de uma análise de uma agência de fact-checking, só podemos usar informações que podem ser checadas ou que estão “tão na cara” que ninguém duvida.

O Início de tudo: Lula ganhou em 2002 com a promessa interna aos Socialistas de levar o Brasil e a América Latina rumo a implantação do Socialismo, tal modelo socialista deveria se moldar à realidade de cada país individualmente e que já vinha sendo planejado desde 1990 com a fundação do Foro de São Paulo, coalisão de ditadores socialistas e aspirantes, a qual seus membros negavam sua existência até idos de 2014, os métodos para a implantação do socialismo eram deveras duvidosos, e no Brasil, boa parte da história foi acompanhada pelos jornais: Fraude em licitações, uso do dinheiro de propina de empreiteiras e estatais para comprar votos de deputados e senadores com o intuito de aprovar leis autoritárias, uso da máquina pública para promover os interesses do governo e difamar opositores e etc., escândalo esse que ficou conhecido com o nome de Mensalão, e posteriormente com o esquema substituto conhecido como Petrolão.

Todo o esquema foi pausado com a derrubada de Dilma Rousseff em 2016 por meio de um processo de Impeachment, processo esse que aliados do governo e boa parte da imprensa e até alguns ministros da suprema corte afirmavam ser golpe de estado, quem assumiu foi seu Vice, Michel Temer – MDB, que por sua vez indicou para o STF o então ministro da justiça Alexandre de Moraes, recompensado pelo seu bom trabalho em prender o Cracker que chantageou sua esposa Marcela Temer.

A intenção do Lula era se reeleger e retomar o plano logo após o fim do mandato de Michel Temer, porém, não contava com a existência de um juiz federal de primeira instância que não comungava com o sistema, seu nome é Sergio Moro, e comandava a Operação Lava-Jato, responsável por prender os envolvidos no esquema do Petrolão, inclusive o Lula, o que ocasionou na vitória de Jair Bolsonaro em 2018, o que levou o Brasil na direção contrária ao que os socialistas queriam.

O jeito encontrado em 2022 foi uma coalisão entre o centro, a esquerda, influencers e pasme, o próprio TSE ajudou de certa forma.

Desde já deixamos claro, não houve nenhuma forma de fraude nas urnas, porém, claramente houve arbitrariedade do TSE durante todo o período eleitoral de 2022, um lado foi obviamente favorecido, isso é inegável, ministros do STF admitiram isso ao declarar em entrevistas que o Lula só foi eleito por causa deles, o STF apenas tentou fazer parecer que o favorecimento foi obra do acaso, e apesar de não termos provas para dizer que foi intencional (e desconfio que se tivesse provas, eles já teriam apreendido, e emitido uma decisão proibindo essa agência de emitir tal afirmação), dessa forma essa é a única dúvida que deixamos em aberto aqui.

Então Lula foi eleito, no oitavo dia do primeiro mês de mandato houve o quebra-quebra que se tem notícia, e a diferença é que agora a narrativa tanto do governo quanto da imprensa, além de combinar, era completamente diferente da narrativa sobre o ocorrido em outros quebra-quebras que ocorreram no passado, Basicamente a narrativa mudou de Manifestantes legítimos invadem e tentam incendiar o STF (no tempo da Dilma), para Terroristas golpistas invadem no STF com terços e Bíblias e fazem cocô na mesa do ministro.

Existe também a narrativa oficial do governo, é tudo golpista, é trama golpista, é discurso golpista, ameaça golpista, notícia golpista… é comum ouvir isso mesmo da boca de ministros, os quais deveriam trabalhar com fatos e não com narrativas.

Agora o que se tem de fato:

Segundo apuração da Polícia Federal, após a vitória de Lula, houve uma reunião de ministros do governo com Jair Bolsonaro, onde os ministros pressionaram o então presidente a invocar o ART 142, que recusou, e afirmou que ficaria “dentro das 4 linhas da constituição”, em entrevista Bolsonaro admitiu ter cogitado declarar Estado de Sítio, (que a aprovação passaria pelo congresso), mas “sabendo o quanto isso seria prejudicial para o país, recuou”.

Segundo o inquérito em questão, houve até a impressão de um suposto “plano de golpe”, onde deveriam eliminar o atual presidente, o vice e o ministro Alexandre de Moraes, porém, até o momento não existe prova alguma que Bolsonaro ao menos soubesse da existência de tal plano.

Os fatos: Mesmo que Jair Bolsonaro soubesse de tal trama, e tivesse ajudado no planejamento, existe um sério problema em tudo isso: No Brasil temos o crime consumado e o crime tentado, porém, não existe a figura do crime cogitado, ou planejado, um exemplo é que se um terrorista criasse planos para explodir o palácio da Alvorada, fizesse todos os planos, tirasse fotos, montasse os explosivos, e logo após a polícia batesse na casa dele e descobrisse tudo, ele seria preso pela posse dos explosivos, mas não por planejar explodir tudo, uma vez que ele não fez a tentativa, é o mesmo caso do inquérito em questão, mesmo que ficasse provado a participação de Bolsonaro, que por sinal estava fora do país na época, nada do que foi supostamente planejado chegou sequer a ser tentado, as únicas evidências que a Polícia Federal alega ter são:

Inicialmente, o quebra-quebra do 08 de janeiro de 2023, que é uma evidência tão fraca que preferiram manter o inquérito em aberto esperando aparecer algo mais, uma vez que a tal “evidencia” é completamente desconexa com o inquérito. Atualmente passaram para a tentativa de inclusão como evidência o “atentado à rojões” na praça dos três poderes onde Francisco Wanderley Luiz, de 59 anos explodiu seu carro ao lado do congresso e em seguida atirou rojões contra a estátua da justiça em frente ao STF, após levar um tiro de um dos seguranças, Francisco deitou no chão com a cabeça em cima de um rojão tirando a própria vida, vale lembrar que em nenhum momento os seguranças tentaram imobilizar ou socorrer Francisco, que estava claramente sofrendo de problemas mentais.

Como vemos, as únicas evidências são completamente desconexas com todo o desenrolar do inquérito, porém, o que importa em um julgamento político é a narrativa e não os fatos, o alerta que fica é: se condenarem Bolsonaro e os seus ex-ministros de governo, e militares supostamente envolvidos, o resto de aparência democrática que ainda temos (Não temos mais democracia de fato já faz um tempo), se perderá, e o que sobrará não será uma democracia, além do precedente perigosíssimo que será criado, a partir de então a justiça poderá prender artistas, escritores e qualquer livre pensador que expuser qualquer pensamento contra o estado, mesmo sendo apenas uma simples opinião, sem a menor intenção de realizar, uma vez que teremos agora o crime de cogitação e planejamento, em outras palavras, o crime de pensamento.

Ok, mas houve tentativa de golpe?

Uma tentativa não, o golpe já aconteceu, e foi dado justamente por aqueles que planejam prender aqueles que chamam de golpistas, o golpe veio de dentro do sistema, e a nosso ver, o objetivo deste inquérito é apenas eliminar aqueles que podem reverter a situação.

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